A nova cara da Literatura Fantástica brasileira

A literatura nacional, de uns tempos para cá, vem ganhando notoriedade em um gênero antes dominado apenas por escritores estrangeiros: a Literatura Fantástica. Obras de fantasia com criaturas mágicas, seres mitológicos e reinos imaginários, como O Senhor dos Anéis, Harry Potter e As Crônicas de Nárnia, tiveram grande influência sobre os brasileiros e abriram as portas para que autores nacionais entrassem nesse novo mundo.

Quando se fala desse assunto, os primeiros nomes que vêm à cabeça são os daqueles mais conhecidos do público, que já conquistaram certa fama na cena literária brasileira. Raphael Draccon "Fios de Prata: reconstruindo Sandman" e Carolina Munhóz "O Inverno das Fadas" e seu mundo de dragões e fadas; Eduardo Spohr "A Batalha do Apocalipse", com suas épicas batalhas celestiais; e André Vianco "Os Sete" com as sombrias histórias de vampiros. Apesar de possuírem abordagens diferentes, todos eles têm em comum a influência de clássicos internacionais que marcaram sua juventude e a de muitos outros leitores.

A boa recepção destes autores motivou o surgimento de novos, os quais também desejam ter seu trabalho reconhecido e admirado. Entre as diversas novidades, nos deparamos com bruxos poderosos, monges guerreiros em uma batalha mortal e viajamos pelos planos etéreos dos espíritos. Podemos encontrar exemplos dessas tramas em "Sete Dias de Lázaro", da paranaense Luana Minéia; em "A Canção dos Shenlongs", do carioca Diogo Andrade; e em "Limbo", de Thiago d’Evecque, também do Rio de Janeiro. Isto para não citar muitos outros de uma longa lista.

Porém, infelizmente, há aqueles que nutrem grande preconceito com as obras nacionais desse gênero, alegando na maioria das vezes, falta de originalidade. É verdade que há forte influência de outras produções de maior impacto e importância. Entretanto, a maioria dos escritores brasileiros dá seu toque pessoal, tratando de questões pertinentes escondidas sob a fantasia, como o suicídio, o bullyng e a violência contra mulheres e crianças. Outros ainda conseguem criar algo totalmente novo com elementos já conhecidos dos leitores. O problema real é que as pessoas não chegam a perceber isso, pois sequer dão uma chance para o livro à sua frente.

Mesmo assim, a Literatura Fantástica nacional está se estabelecendo no meio literário atual, sendo bem recebida pela maior parte dos leitores, principalmente os mais jovens. Portanto, isso reflete a competência desses novos autores, a qualidade de suas histórias e a capacidade de entreter, comover e envolver o público.

*Mozer Dias é o mais novo parceiro e colunista do portal OnLiterário. Acompanhe seus textos também no Leituraverso.

Mozer Dias Por Mozer Dias

 

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