Este é um assunto que por vezes rende debates acalorados e trás à tona aquela velha pergunta: qual o melhor, o livro ou o filme? Essa comparação é inevitável quando um best-seller é adaptado para as telas de cinema. Isto acontece principalmente quando o leitor é um grande fã da obra original e cria aquela expectativa com relação à sua adaptação, podendo sentir-se realizado ou então muito decepcionado.
Sendo assim, podemos definir dois tipos de leitores/expectadores: aqueles que querem uma adaptação totalmente fiel – palavra por palavra se possível – e aqueles que são mais compreensivos quanto às dificuldades de se transpor palavras no papel para imagem e som e até aceitam algumas mudanças aqui e outras ali. Entretanto, ambos os tipos de leitores prezam pela mesma coisa: a essência.
O que determina a qualidade de uma adaptação não é o quanto ela leva ao pé da letra tudo o que está escrito no livro, mas sim a mensagem central, aquele elemento que fez o romance de origem ser o sucesso que é. Assim, podemos citar dois casos de sucesso: As Vantagens de Ser Invisível, que foi dirigido pelo próprio autor da obra, se mantendo, assim, bem fiel; e A Menina Que Roubava Livros. Este último em particular foi um ajuste bem difícil, visto que a narradora era a própria Morte, então foi preciso fazer algumas alterações na história, seguir por outros caminhos, mas no fim a mensagem de ambas as obras foi a mesma.
Por outro lado, temos adaptações frustrantes, tão decepcionantes que chegam a causar indignação. É o caso de O Lar das Crianças Peculiares, de Tim Burton, o qual infantilizou um romance para apelar a um público mais jovem, e Inferno, de Ron Roward, que apresentou uma versão simplista de questões mais profundas. Ambas as películas fogem tanto do original que se tornam produções independentes que desvirtuaram as tramas de onde foram embasadas.
Porém, vale ressaltar que todas essas impressões são do ponto de vista de um leitor. É possível – e até compreensível – que quem nunca tenha lido os livros possa achar que os filmes, ainda assim, são bons. Além disso, há quem tenha lido e mesmo assim goste das adaptações consideradas ruins por outras pessoas. Este é o motivo que torna a questão livro vs filme tão pessoal e tão debatida em sites especializados e em conversas entre amigos.
Por Mozer Dias
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