5 livros fundamentais para conhecer Clarice Lispector

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Da Redação, 02/01/2021

 

Clarice Lispector, completaria 100 anos em 2020. A escritora ficou conhecida como a autora de “A hora da estrela”. Além dos romances, se dedicou a contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX.

Cinco livros essenciais para conhecer a escritora:

 

 

“Perto do Coração Selvagem”

Foi a estreia literária de Clarice Lispector, quando a autora tinha apenas 22 anos de idade, e causou grande impacto, suscitando artigos elogiosos de críticos e escritores. A leitura é caleidoscópica. A protagonista ora tem uma cor, ora outra, conforme o momento (“real” ou onírico). As cores dançam no enredo misturado ao cenário e às sensações da menina-mulher-amante. Joana desfila na vida dos outros personagens, destilando o veneno de víbora, instilado com ironia e respostas cruéis diante dos fatos. A leitura também é lúdica, quando o leitor tenta adivinhar o que a autora preparou páginas adiante e se surpreende com o que presencia.

 

 

“Laços de Família”

Laços de família, publicado pela primeira vez em 1960. São treze contos, hoje tidos como clássicos. Entre eles, os festejadíssimos "Amor", "O crime do professor de Matemática", "O búfalo" e "Feliz aniversário", adaptado para a televisão por Ziembinsky.

Neles os personagens são sempre surpreendidos por uma modalidade perturbadora do insólito, no meio da banalidade de seus cotidianos. Clarice cria situações onde uma revelação, que desconstrói e ameaça a realidade, desvela a existência e aponta para uma apreensão filosófica da vida. Em Laços de família, Clarice aprofunda sua técnica narrativa em uma abordagem quase fenomenológica.

 

 

“A Paixão segundo G.H.”

Romance original, desprovido das características próprias do gênero, A paixão segundo G.H. conta, através de um enredo banal, o pensar e o sentir de G.H., a protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades.

Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação. G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio. A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem.

Clarice escreve: “Provação significa que a vida está me provando. Mas provação significa também que estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável.”

 

 

“A Hora da Estrela”

Último livro escrito por Clarice Lispector, A hora da estrela é também uma despedida. Lançada pouco antes de sua morte, em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa.

 

 

 

“Um Sopro de Vida”

Quando a escritora Clarice Lispector terminou “Um sopro de vida”, às vésperas de sua morte, por câncer, em 1977, sabia que este seria o seu livro definitivo. O livro era de fato o sopro de vida de Clarice, que precisava escrever para se sentir viva. Na história, ela fala de um homem aflito que criou uma personagem, Angela Pralini, seu alter-ego. Mas ora ele não se reconhecia em Angela, porque ela era o seu avesso, ora odiava visceralmente o que via refletido naquela estranha personagem-espelho.

A questão da vida e da morte atormenta este autor criado por Clarice em seus últimos momentos de vida: “Se me perguntarem se existe vida além da morte… respondo num hesitante esquema: existe mas não é dado saber de que forma essa alma viverá… Vida, vida recoberta em um véu de melancolia. Morte: farol que me guia em rumo certo. Sinto-me magnífico e solitário entre a vida e a morte”, diz o autor, ao qual responde a personagem Angela Pralini: “Na hora de minha morte – que é que eu faço? Me ensinem como é que se morre. Eu não sei.”

 

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Para saber mais sobre a autora leia também: 100 anos de Clarice Listpector

 

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