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Da Redação, 26/12/2020
Você sabia que o Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil? Ele é concedido pela Câmara Brasileira do Livro, e em 2020 consagrou escritores que você precisa conhecer, já reserve um espaço na sua lista de leitura e se prepara para grandes emoções.
O romance "Torto Arado" (Todavia), do escritor baiano Itamar Vieira Júnior, foi eleito o melhor Romance Literário. Na categoria poesia “Solo para vialejo” (Cepe Editora), de Cida Pedrosa, se consagrou a vencedora. Já o escritor Raphael Montes, venceu na categoria Romance de Entretenimento, por "Uma mulher no escuro" (Companhia das Letras).
Conheça um pouco mais sobre os três autores brasileiros premiados e as suas obras:
Melhor Romance Literário
"Torto Arado" (Todavia), 264 págs.
Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
Sobre o autor
Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, em 1979. É geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela UFBA, e autor de “Dias” e “A Oração do Carrasco”. Recebeu, em 2020, o Prêmio Jabuti de melhor Romance Literário com “Torto Arado”.
Por que ler?
Um romance que retrata - com extrema habilidade narrativa - um Brasil dolorosamente encalhado no próprio passado escravista.
Melhor Romance de Entretenimento
"Uma mulher no escuro" (Companhia das Letras), 256 págs.
Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro.
Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado - qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Sobre o autor
Raphael Montes nasceu em 1990, no Rio de Janeiro. Escreveu os romances “Suicidas”, “Dias Perfeitos”, “O Vilarejo” e “Jantar Secreto”, todos sucesso de público e de crítica, traduzido em mais de 20 países e com os direitos de adaptação vendidos para o cinema. Atualmente, Raphael apresenta um programa de literatura na ‘TV Brasil’, o “Trilha de Letras”, e escreve roteiros para cinema e para TV.
Por que ler?
Na literatura nacional, Raphael Montes é unanimidade quando se trata de livros de suspense. “Uma Mulher no Escuro” traz sua primeira protagonista feminina e confirma o autor como um dos mais originais da atualidade - além de deixar o leitor intrigado do começo ao fim.
Melhor Livro de Poesia
“Solo Para Vialejo” (Cepe Editora), 125 págs.
A obra consegue chamar a atenção pelas repetições, sugerindo a urgência e desespero da voz poética em ser compreendida e, ao mesmo tempo, as distorções e agrupamentos das palavras expressando a dificuldade de dizer aquilo que se quer com exatidão, mas sempre difícil, sempre escorregadio, sempre inexato. A musicalidade do poema é um grande elemento de destaque, sobretudo quando se lê em voz alta. No entanto, toda a estrutura visual é igualmente importante e se afasta do pertencimento a uma “tradição” da poesia oral e performática à qual a poetisa Cida Pedrosa se vinculava.
Sobre a autora
Cida Pedrosa, 57 anos, nasceu em Bodocó, no Sertão do Araripe pernambucano. Foi uma das militantes do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco na década de 80 e daí vem seu gosto e experiência com a récita. Tem sete livros de poemas publicados, com destaque para “Claranã” (2015) e “As filhas de Lilith” (2009), ambos selecionados pelo Prêmio Oceanos de Literatura. Os poemas deste último foram transformados no curta-metragem “Olhares sobre Lilith”.
Por que ler?
Para o repórter cultural Guilherme Sobota, “o livro é um poema de moldes épicos, que conjuga influências neoconcretas com memórias – coletivas e pessoalíssimas da escritora – num projeto ambicioso de reconstrução de identidades”.
Sobre o Prêmio Jabuti
Criado em 1959, o Prêmio Jabuti foi idealizado por Edgard Cavalheiro com o interesse de premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros que mais se destacassem a cada ano.
Em 2020, o Prêmio Jabuti recebeu 2.599 inscrições. As categorias seguem distribuídas em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Livro e Inovação.
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