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Da Redação, 02/05/2021
Qual é a relação entre o Big Brother e a Literatura?
Conheça o livro de deu origem ao reality show
Não é nada disso que você está pensando. Não é sobre você escolher entre assistir um dos maiores reality da TV brasileira ou ler um livro.
Você sabia que o formato do Big Brother foi inspirado em um romance distópico? Para ser mais preciso no livro 1984 do escritor britânico George Orwell.
No romance, o personagem do Grande Irmão é o líder supremo da fictícia Oceânia e que utiliza o poder do Estado, para controlar a população. Na história, todos os cantos públicos e privados estão ligados às “teletelas”, um tipo de TV equipada com uma câmera capaz de monitorar, gravar e espionar a intimidade das pessoas e controlar a sociedade — bem parecido com o que acontece na casa mais vigiada do Brasil, que fica nos estúdios da Globo.
O reality é um fenômeno de audiência e faturamento, em sua 21ª edição, o Big dos Bigs apesar de acumular muitas polêmicas e cancelamentos - do lado do cá da telinha - continua mobilizando o público que em cada formação de paredão vota desesperadamente para definir quem continua ou é fuzilado pela metralhadora de cliques dos internautas, que determina o resultado final.
Enquanto, no mundo criado por Orwell, um dos principais programas de entretenimento realizado em família é assistir às execuções semanais que acontecem ao ar livre - o paredão é formado por supostos traidores da pátria.
Escrita no século 20, 1984 é uma crítica ao totalitarismo, e ao sistema criado pelo regime, que não pode ser contestado nem em pensamento. Com o slogan “O Grande Irmão está de olho em você”, o romance tem como herói Winston Smith, um funcionário do governo que trabalha na falsificação de registros históricos, a fim de modelar o passado de acordo com os interesses tirânicos do presente. O leitor acompanha o desafio do protagonista e a sua luta contra a opressão.
Conheça outros livros que seguem a mesma temática e que você precisa conhecer:
O Conto da Aia (1985), de Margaret Atwood
Em uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos.
Laranja Mecânica (1962), de Anthony Burgess
Alex é o jovem líder de uma gangue de adolescentes cuja diversão é cometer perversidades e atos de violência pelas ruas de uma cidade futurista governada por um Estado repressivo e totalitário. Depois de cometer um crime que termina em um assassinato, ele acaba preso pelo governo e submetido a um método experimental de recondicionamento de mentes criminosas, que se utiliza de terapia de aversão brutal.
Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury
Guy Montag é um bombeiro. Sua profissão é atear fogo nos livros. Em um mundo onde as pessoas vivem em função das telas e a literatura está ameaçada de extinção, os livros são objetos proibidos, e seus portadores são considerados criminosos.
O Senhor das Moscas (1954), de William Golding
Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos. Aos poucos esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade. Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha, Golding constrói uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida.